quarta-feira, 5 de junho de 2013

Cicatrizes



Nos devaneios da vida
Viajo pelo meu interior
Vejo que posso ser tudo
Um rei  um plebeu
Ou um simples sonhador

Já fui menino de rua
Enfrentei os perigos da vida 
Sem família  e sem escola
Sobrevivi a fome e ao frio
hoje conto minha história

Nesta dura realidade 
Mesmo sem nada entender
Superei medos, conflitos e revolta
Por ter sido abandonado
Por minha mãe  tão querida

Na casa de minha família
Como objeto sem valor
Fui abandonado por minha mãe
E o mundo ela ganhou
Sem se importar com minha dor

Vivia pelos cantos da casa
Sem carinho sem amor
Ignorado por todos
Mais quando traquinagem eu fazia
De imediato me puniam

No corpo ainda trago
As cicatrizes de tamanho  furor
E pra rua logo fugia 
Buscando refúgio
Para amenizar minha dor

Na rua sofri bastante
Mais la eu podia sonhar
Que um dia minha mãe voltaria
Para vir me buscar
E com ela finalmente poderia ficar

E assim fui crescendo
Sem para o mal me desviar
Me orgulho muito por isso
Porque um marginal poderia me tornar

Ficaram as marcas da dor 
Estas  não consegui apagar
Hoje velho e cansado
Relembro meu passado
E vejo que não parei de lutar

Tenho orgulho
Do  meu trabalho e do meu lar
Mas minha paz tão almejada
Não conseguir encontrar

Sozinho sigo minha vida
Com as lembranças do passado
Que tanto maltrata 
Meu coração amargurado

Ser abandonado por minha mãe
Foi muito traumático pra mim
Espero um dia perdoa-la
E minha paz encontrar.


Evelyne Britto  2013

1 comentários:

Esse ficou massa, gostei !
 

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