Decepções, desenganos, angustias, tristezas, desencantos, fazem parte do meu cotidiano.
Hoje não me permito nem sonhar ,não me dou este direito pra não sofrer mais, todos os meus sonhos de uma forma ou de outra se esvaíram ao vento , sonhar não me é mais salutar. Comparo há um punhal cravado no peito, frio, penetrante que se firma dentro do ser, cortando e ferindo o corpo , a alma enraizando e deixando cicatrizes que nunca serão removidas.
Me falaram que o nascimento apesar de belo é muito doloroso e que ao morrer a dor é maior Será?
Será que pode existir dor maior do que esta que estou sentindo?
Será que pode existir solidão maior que esta?
Será que pode existir tristeza maior que esta?
Será que pode existir decepção maior que esta?
Será que existe ainda um caminho que ainda não percorrir?
Andei por caminhos retos e tortuosos ,passei por montes e vales , conheci a luz e as sombras, a água e o fogo, e nada mudou.
Tudo era igual, sinistramente igual , cada passo dado, cada sonho sonhado era estupidamente falso. Nada me foi nem me é permitido,nada alem de simplesmente existir. E me pergunto? Que diferença isso faz pra mim?
Porque tenho que mostrar ao mundo que sinto o que não sinto?
Porque tenho que falar o que não quero falar?
Porque tenho que fazer o que não quero fazer?
Porque tenho que sorrir quando não quero sorrir?
Porque tenho que viver quando não aprendi nem a sobreviver?
Busquei respostas pra minhas inúmeras indagações , porém cheguei a simples conclusão, foram muitos os ensinamentos , muitos os caminhos, muitas as chances , os sonhos , os desejos, as renuncias.
Mais em que tudo isso me acrescentou, que diferença e importância pode fazer pra mim, seguir adiante ?
Sou apenas uma pena ao vento, sem metas, sem rumo, sem destino,jogada de La pra Cá , de Cá pra Lá enfrentando aos mais diversificados desafios , dependendo apenas da força do vento , ora parado , ora se movendo devagar, ora bailando freneticamente ,mais sempre submissa,ao domínio de uma força maior da natureza .
E assim como eu a pena segue bailando, sem pouso e sem vida ,sem comando próprio .
E neste baile da vida sigo chorando a dor de uma vida não vivida,me restando apenas A DOR DE VIVER
Evelyne Britto
Evelyne Britto